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(Esqueci de pensar em um título)

Tomei uma grande decisão na minha vida: vou procurar um analista. Vou gastar meu dinheiro batendo papo durante horas e horas com alguém que, pelo menos em teoria, vai tirar da cartola a solução para meus problemas. Serei importante! Terei assunto para as conversas sociais! Como diria um carioca amigo meu : "Caraaaaaaaaaaaaca!" Deste jeitinho assim.

Que sensação reconfortante me traz a banalidade. Afh.

Onde é que está Macunaíma pra dizer "Ai! que preguiça..."?

Uma hora por semana separada exclusivamente para falar sobre mim. Meu analista - possivelmente um machistinha enrustido - vai simular interesse a respeito de minha vida pequena, e eu vou falar, falar e falar, como se minha vida fosse algo grandioso.

Não, o problema não é superficialidade das relações humanas. Vou procurar um analista por outro motivo. Cansei de conversar com o espelho, quero ouvir um "ah hã" entre uma frase e outra que eu disser.

"Ai! que preguiça..." Se Macunaíma não diz, eu digo.

Comentários

  1. Eis uma idéia de sexta-feira:

    Ao invés de pagar um analista para conversar contigo uma vez por semana, encontre-se comigo, compre uma garrafa de vinho, sentemos na Pça. da Liberdade (ou qualquer praça), fale o que quiser, e entre um "Ah hã" e outro, bebemos vinho.

    Depois invertemos os papéis.

    Eu falo, você bebe, e ahãneia para mim.

    Enquanto isto pedestres e pardais curiosos pensarão que estamos fazendo uma performance, e baterão palmas quando levantarmos.

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