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Mostrando postagens de fevereiro, 2006

Peço.

Bela, Bela, Bela... Será possível que nunca mais verei o brilho ingênuo dos seus olho? Você está crescendo, Bela. E, em um curto espaço de tempo, não lhe será mais permitido ver um balão como uma bola colorida na qual você gostaria de ser agarrar e sair voando pelo mundo; um balão deverá ser tão somente um balão. Não poderá mais tomar sorvete e sujar a roupa, pois adultos não derramam sorvete -- e não sabem aproveitá-lo, diga-se de passagem. Ah, minha pequena, você está crescendo. Eu gostaria de vendar-lhe os olhos e tapar-lhe os ouvidos, para que nada maculasse sua doçura imprudente e sincera. No entanto isto não é possível. Então rezo. Rezo para que as pedras deste mundo cinza não se acumulem sobre suas costas e não tirem a leveza de sua alma. Certas dores e fardos serão inexoráveis, algumas lágrimas serão derramadas em oferenda à solidão; não posso rezar para que não lhe aconteça aquilo que está escrito, não posso pedir a deus (seja qual for o deus) para que não sofra. Mas a leveza.