Sei que existe o fotógrafo. Outros turistas. Pessoas passeando. Mas, invariavelmente, estou sozinha; há, na fotografia, somente eu, o mar e um pedacinho de ilha. Sim, há o fotógrafo! E quão importante ele foi para a existência desta foto! Mas, irremediavelmente, ele não está ao meu lado. Se ele deveria estar, isso eu já não sei. A vista é bonita, mesmo estando o céu nublado – o Arpoador, visto pela primeira vez, é estonteante. Provavelmente eu não me sentia sozinha no momento da foto – eu estava apenas de costas para o fotógrafo -, mas agora eu me sinto. E a foto me remete a um vazio enorme dentro de mim. Bom ou ruim? Não sei. Talvez os dois. Talvez minha solidão precise ser um pouco de cada, pura dialética.