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Fragilidade



 Não deveria dizer, mas eu preciso...


Eu preciso que você ame minha solidão. Preciso que você ame meu medo da solidão. Porque irei me afastar e dizer que necessito ficar sozinha, mas tudo o que mais temo na vida é estar só. Preciso que você esteja perto, mesmo sem estar. Preciso saber que você está perto.

Eu preciso que você espante cigarras do quarto e não alugue filmes de terror.

Eu preciso que você ame minha rejeição às fraquezas. A rejeição às minhas próprias fraquezas. Porque suportarei os sofrimentos calada e brigarei quando você se oferecer para compartilhar um pouco da minha dor, mas tudo o que mais anseio é alguém para dividir as pedras que arrasto com os pés. 


Eu preciso que você ame meu pânico em ser rejeitada. Meu medo de não ser amada. Porque às vezes irei passar por cima das minhas vontades e princípios sem que você perceba, só para não correr o risco de te ver partir.

Eu preciso que você respeite meu asco a pronomes possessivos e as cartas guardadas dos ex-namorados.

Eu preciso que você ame minhas contradições. Preciso que você ame meus defeitos, meus medos, meus enganos, meus sonhos perdidos. Preciso que sua mão cubra a ferida e lá permaneça até cicatrizar.

E, sobretudo, preciso que você ame em silêncio esse grito (des)abafado.

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