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Inocente como um pato

Era domingo e ele riu mais uma vez. "Porque você assiste esse seriado? É fútil, só fala sobre amorzinho de adolescente!". Ele estava certo e eu não tinha uma resposta. Porque eu passava horas e horas sentada em frente ao computador vivendo aquelas vidas, absorvida por uma história que já se sabia ter final feliz?

Bem, a resposta veio. Através de uma noite não dormida, algumas lágrimas secas e muita conversa entre meus dois neurônios, mas veio. Eu assisto seriados de amorzinho porque eles me dão esperança. No final o mocinho sempre fica com a mocinha, e às vezes é preciso acreditar em finais felizes... Eu preciso acreditar que há um final feliz para a minha história.

No frigir dos ovos tudo se resume a amar e ser amado; por seus pais, seus amigos, seu companheiro. Ser amado por um companheiro. É estúpido, romântico e ultrapassado desejar isso e me ver consumida por esse desejo, eu sei. Só que essa é a única coisa que não fui ou sou capaz de conquistar, porque não se trata de conquista. Não depende de esforços, férias prorrogadas ou longas conversas; depende só de um encontro de olhares, de um encontro de pessoas. Duas pessoas.

Tenho uma parede repleta de palavras, e todas elas remetem - de uma maneira ou outra - a amor. É o motor, o gás, o impulso. Estou sozinha há algum tempo e já tentei encontrar os mais diversos culpados para isso: os homens, meu temperamento, a cidade onde vivo, meu pai, minha criação, meus pés tortos. E eu sei, não existem culpados: apenas a vida, o destino, o tempo. O tempo de cada relação, de cada etapa, e eu querendo pular todas as etapas para chegar no "happy end". Mas na vida há tempo para tudo! Que haja então paciência e um pouquinho de sabedoria para saber esperar e reconhecer...

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