Após tantas palavras desperdiçadas, concluo que necessito me calar. Acho que me perdi em meio às imagens que construí de amor e acabei sem saber de fato se era amada ou até mesmo se estava amando. Não me agrada pensar que talvez tudo isso tenha sido mais uma intenção do que uma realização, mas não posso fugir de tais divagações. Meu coração me engana, faz troça, me confunde com suas vaidades! É preciso um longo momento de silêncio e introspecção... Menos para tentar compreender o que foi ou não verdade, mais para me compreender. Para sentir mais. Sentir melhor e sentir em mim, para mim. Preciso aprender a me preservar, mãe. Ouvir e absorver esse velho conselho que escuto há tantos anos: "você precisa se cuidar, Ana. Pare de deixar que qualquer um entre na sua vida e faça estragos." *** Dessa vez não foi qualquer um, mãe. Mas os estragos estão aí para qualquer um ver.