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Uivos na madrugada

O homem não é lobo do (outro) homem; o homem é lobo de si mesmo.

Não bastando as ilusões a que sou exposta diariamente, minha cabecinha florida não se cansa de criar histórias da carochinha e nelas me inserir ativamente. Ratos, abóboras, tijolos: ninguém fica ileso! Mal os vejo já imagino cavalos, carruagens e castelos...

O problema é que, passada a empolgação, ouço as doze badaladas, o encanto se desfaz e tudo volta à humilde condição de ser só o que se é (nem um pouquinho a mais, nem um pouquinho a menos).

Quando vou aprender a amar o que de fato existe? Ô eu-lírico burro que só me mete em furada...

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