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Mostrando postagens de abril, 2007

V.1

Divirto-me calada com a sombra de meu sorriso; eis que amor se aproxima novamente. Vem, acompanhando o vento frio que anuncia a chegada do outono neste interior. Na verdade, verdade mesmo, amor não chega de fato. Fica assim, parado, bem pertinho. Perto perto perto. Se eu desejasse, poderia tocá-lo com as mãos! Amor brilha como calda de açúcar recém-saída do fogo: dá gosto de ver, vontade de comer e medo de queimar a língua. Estabanada como sou, capaz de queimar a boca inteira... Não quero ter amor nas mãos. Não quero amor pra mim. Criar amor dá trabalho, precisa de atenção - e meus peixes todos morreram por falta de comida. É, melhor deixar amor onde ele está. Assim pertinho já é muito bom, dá gosto de ver. Assim, de pertinho, sem tocar, amor se contenta com qualquer migalha; serve abraço, sorriso, beijo na testa, até esperança atravessada serve. Enquanto puder, amor ficar assim. Um dia ele decide se toma posse do meu coração torto ou se parte e dá lugar a sentimentos mais