A garota que toca piano tem flores na janela, lê Vinícius de Morais, canta Tom Jobim e dança o "Quebra-Nozes" - sem ritmo nem jeito mas dança.
E a garota que toca piano às vezes parece nem tocar. Porque ela xinga palavrão, mata barata com chinelo, bebe cerveja e troca lâmpada. Às vezes nem parece mulher.
Nesse não-parecer é que se esconde o mundo... Quem vai saber que ela deseja ter três filhos, passear de mão dada pela praia e receber flores? Universo tão, mas tão particular que parece até impossível.
Eis que o medo de um futuro sem cor arrebenta no meio da noite; ela rola sobre o lençol azul, aperta o cachorro de pano contra o peito, quase chora, quase mesmo.
Ela dorme a angústia.
E amanhece inspiração.
A fé na vida e em si mesma a acalentou em sonho (daqueles que a gente não lembra quando acorda): deu-lhe novos lápis de colorir o mundo.
A garota que toca piano corre, então, até a esquina e trás mais flores para o quarto, estuda Bach até doer os dedos, coloca canela no molho de tomate e morde a bochecha da mãe. Porque a vida é boa e sem culpa como uma panela de brigadeiro no colo de uma criança.
Q lindo Déia!
ResponderExcluirNão costumo comentar em blogs, mas "Porque a vida é boa e sem culpa como uma panela de brigadeiro no colo de uma criança" foi tão delicioso de ler, que não pude resistir... e q me fez pensar tb...
Bjos.
Bem... Fique à vontade para comentar sempre que quiser!
ResponderExcluirBacana é que rola uma identificação pelo menos com "a menina que toca piano", né? Hehe...
Beijo procê também!
Liiiiiiiiiiiiiiinda postagem!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluir