Pular para o conteúdo principal

C.1

Porquê às vezes o nó parece um belo laço de fita. A noite mal dormida faz valer o poema. E a vida, na ânsia de provar a fatalidade, confunde os sentidos e me deixa a perder-me entre amargos, boninas, rigídos e amantegados.

Dentro de mim não há um silêncio voraz. Dentro de mim não há um coração que sangra.

Dentro de mim há apenas eu, assim mesmo, só.

Um eu onde não cabe defeito, não cabe virtude, os sonhos são grandes demais. O espaço é suficiente para fechar os olhos com força e no escuro ver explodir centenas de estrelas que despecam sobre a retina. Só.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

She was a taker... You need a giver.

Quando menos esperar você vai encontrar alguém que te beije sem pressa. Alguém pra compartilhar o gosto do cigarro, do café, da cerveja, do bolo de chocolate com pouco açúcar. Dia desses você vai virar a esquina e encontrar alguém com um timing perfeito - ao menos razoável. Alguém que vai enxergar que você parece uma piscina de bolinhas, mas na real é um mar calmo e profundo. Que vai pular de mãos dadas contigo nesse precipício que é o sentir, e ainda de mãos dadas encontrar o caminho de volta. Numa balada qualquer vai tocar "No Rain", você vai dançar suas dancinhas engraçadas e esse alguém vai rir, e achar fofo, e dançar contigo. E ela vai, benzadeus que vai, conversar com você só pelo olhar. Vai ouvir as palavras que você diz em silêncio, nas pausas entre uma tragada e outra. Você vai encontrar alguém que te enxergue por inteiro. Numa tarde besta você vai sair pra comprar cerveja e encontrar alguém que não minta pra si mesma. Alguém pra te fazer cafuné, bagunçar seu c

Not enough

O gosto do café continua na minha boca. Fecho os olhos e retorno ao beijo uma, duas, centenas de vezes. O furacão que passou por mim passou por você também? Eu não sei. Eu realmente não sei o que dizersentirpensar. Me perdoa. Me perdoa porque eu te quero mas não te amo. E querer não é o bastante para nós dois. https://www.evauviedo.com.br/

Cafuné

Uma noite dessas me flagrei pensando em meus amigos: os amigos próximos, os distantes, os de agora, os de cinco anos atrás... Não como uma retrospectiva ou balancete de quem entrou e quem saiu; foi mais uma observação a respeito da dinâmica das relações e a importância que isso tem na minha vida. Pessoas vão e pessoas vem, faz parte. Algumas vezes nos decepcionamos; talvez nos fechemos a novas pessoas, talvez fiquemos mais dispostos a nos entregar. Não há receita ou previsão. A interação entre as pessoas está sempre sujeita à aleatoriedade da vida e depende dos fatores mais misteriosos, que às vezes a gente chama de vontade divina, coincidência...  Às vezes nem põe reparo. O que me encanta na amizade não é como eu posso compartilhar minha vida com o outro, mas como o outro abre as portas de sua vida e me deixa entrar. Às vezes de sola, às vezes de fininho, sem receita. A certeza de que alguém conta comigo e que estarei lá quando for preciso me conforta e alegra. Algumas veze