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Mostrando postagens de setembro, 2007

Mais uma barata

Eu na sala, a barata no banheiro. A Clarice escreveu sobre baratas, o Otávio escreveu sobre mim e as baratas. Mas e se eu não quiser matar a barata? Por pura e simples não-querência? Estaria perdendo a virilidade feminina? Eu mato baratas, sempre mato baratas. E talvez tenha me cansado delas. Me cansado do barulho de carapaça quebrando, da gosma que parece vícera (e não é; aquilo são ovos de barata), da mancha que fica no piso de taco, de varrer o bicho pra fora de casa. Me cansado, sobretudo, de saber que a porra da barata não morreu. Que os ovos vão eclodir. Que vão sempre existir baratas, independente do número de chinelos que existam no mundo. E no entanto a barata está lá. Porquinha. Passeando pelo banheiro. Subindo na pia. Pisando no sabonete. Nadando na água do vaso sanitário. Eu poderia levantar e matar com uma pisadinha. Esforço zero. Poderia mesmo. Minha missão neste mundo pode até ser matar baratas sem dar chilique. Mas desta vez eu vou gritar. E se alguém reclamar, subo no