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Mostrando postagens de julho, 2006

1° de janeiro

Eu quero um homem que lave meus pés e molhe minha boca. Homem que me faça rasgar as roupas, manchar as paredes e quebrar camas. Homem que me faça pensar na próxima transa, e não no possível primeiro buquê de rosas. Homem que me faça tremer de desejo ao encostar as mãos em minhas costas. Homem que me queira, e por me querer esteja comigo de corpo inteiro - seja por uma noite, uma semana ou uma vida (ok, uma vida é tempo demais. Contento-me, por enquanto, com um dia de cada vez). Eu quero tudo a que tenho direito, incluindo pernas doloridas e sorrisos saudosos do corpo quente e moreno que me terá feito perder a hora, a aula e a atenção. Eu quero o direito de respeitar meus instintos. E um homem que respeite a mulher que eu sou.

De dentro do ônibus

Às vezes incomoda a garoa no fim da tarde. Às vezes incomoda um dente. Às vezes incomoda uma unha no pé. Incomoda, às vezes, todas as pessoas me olhando. Incomoda também a consciência pesada que me faz crer que há pessoas a me observar. O próprio incômodo se faz, às vezes, incômodo. Às vezes não incomoda. Às vezes nada incomoda. O frio, a pressa, o aperto, incomoda em nada. Às vezes a pele me salva. O cheiro me salva. O tato me salva. E nem a crítica incomoda. Às vezes.