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"Quem quer entender o destino tem de sobreviver a ele." Jostein Gaarder

Com qual estapafúrdia clareza passado e futuro se fizeram entender, bem diante dos meus olhos, há menos de dois segundos atrás? Momento raro, disperso no tempo; pudera eu prendê-lo em minhas mãos. Todas as perguntas, todas as respostas... Estavam todas ali, ao meu alcance. Sim!, eu poderia fazer este momento durar eternamente. E pagaria um preço por isso; mistérios deixariam de ser mistérios, dores e paixões deixariam de ser sentidos para galgarem o posto de "acontecimentos" - datados, medidos, previsíveis. Talvez eu pudesse ser mais feliz assim, vivendo em uma realidade tátil. talvez, porque não me dei tempo suficiente para ter descobrir. Uma certeza bastou; uma, apenas. Todo aquele carnaval na minha cabeça, minhas idéias e sentimentos lançados ao alto feito confete e serpentina, tudo isso a troco da simples e efêmera certeza de que valeu a pena chegar até aqui e prosseguir há de fazer valer mais. Preço alto pelo óbvio ululante? Preço justo pela paz que acompanhará meu sono esta noite...

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